a Bíblia declara: hebreus 9.27
"ao homem está ordenado morrer uma única vez, vindo depois disso o juízo"
Ao
falar do valor da alma, acima do valor do corpo, Jesus declarou: “E não temais
os que matam o corpo, e não podem matar a alma; temei antes aquele que pode
fazer perecer no inferno a alma e corpo” (Mt 10.28).
Ora,
se devemos ter cuidado com o nosso corpo, procurando sempre, quando enfermos, o
melhor médico de que dispomos, não deveríamos, com muito mais atenção, cuidar
da nossa alma que sobrevive à morte do corpo? Mas não é isso que tem
acontecido. A maioria das pessoas não se importa com o que possa acontecer com
a sua alma depois da morte. Assim, adotam certas crenças que as levarão a
perder suas almas e seus corpos na geena eterna (Ap 20.15).
Evocação
de mortos
Uma
prática muito difundida no Brasil é a mediunidade, ou seja, a suposta
comunicação entre mortos e vivos por meio de um médium. Essa doutrina é
ensinada por Allan Kardec, conhecido como o codificador do Espiritismo. Os que
não admitem essa doutrina declaram que, na verdade, não se trata de espíritos de
mortos que se comunicam com os médiuns, mas, sim, espíritos demoníacos que se
manifestam nas sessões em que se evocam os espíritos.
Allan
Kardec explica como se dá a evocação dos mortos: “Em nome de Deus
Todo-Poderoso, peço ao espírito de tal que se comunique comigo; ou, então, peço
a Deus Todo-Poderoso permitir ao espírito de tal comunicar-se comigo... Não é
menos necessário que as primeiras perguntas sejam concebidas de tal forma que a
resposta seja simplesmente sim ou não, como, por exemplo: ‘Estás aí?’, ‘Queres
responder-me?’, ‘Podes me fazer escrever?’” etc.(1)
Quem
é quem?
Um
grande problema aflige os espíritas: é possível identificar os espíritos que
baixam nas sessões, evocados em nome de Deus? São eles realmente os espíritos
das pessoas evocadas? Allan Kardec reconhece esse problema de grande
importância para a validade da evocação. E declara: “O ponto essencial temos
dito: saber a quem nos dirigimos”(2).
“O
ponto essencial” é identificar o espírito que fala pelo médium. Diz mais Allan
Kardec: “A identidade constitui uma das grandes dificuldades do espiritismo
prático. É impossível, com freqüência, esclarecê-la, especialmente quando são
espíritos superiores antigos em relação à nossa época. Entre aqueles que se
manifestam, muitos não têm nome conhecido para nós, e, a fim de fixar nossa
atenção, podem assumir o nome de um espírito conhecido que pertence à mesma
categoria. Assim, se um espírito se comunica com o nome de São Pedro, por
exemplo, não há mais nada que prove que seja exatamente o apóstolo desse nome.
Pode ser um espírito do mesmo nível por ele enviado”(3) (grifo nosso).
Assim,
fica claro que não se pode identificar o espírito que se manifesta para dar
notícias ou instruções.
Kardec
pergunta e os espíritos respondem:
“Os
espíritos protetores que tomam nomes conhecidos são sempre e realmente os
portadores de tais nomes?”. “Não. São espíritos que lhes são simpáticos e que
muitas vezes vêm por ordem destes"(4).
Então,
como fica uma pessoa convidada pelos espíritas e levada pela saudade que vai ao
centro para ter notícias de seu falecido parente, por exemplo, um pai, uma mãe,
irmão ou irmã? E o problema não é só esse. Ainda que o médium seja uma pessoa
honesta e digna de toda confiança, quem pode afirmar com segurança que tal
espírito que se manifesta por meio dele é o da pessoa evocada? Como julgar se
um espírito é fulano ou beltrano, como diz ser? Pode ser que sim, pode ser que
não, mas também pode ser um espírito substituto.
Allan
Kardec reconhece a dificuldade e desabafa:
“A
questão da identidade dos espíritos é uma das mais controvertidas, mesmo entre
os adeptos do espiritismo; é que, com efeito, os espíritos não nos trazem
nenhum documento de identificação e sabe-se com que facilidade alguns dentre
eles assumem nomes de empréstimos” (5) (grifo nosso).
Pode-se
confiar nos médiuns?
Allan
Kardec declara que é duvidoso crer na honestidade dos médiuns, o que aumenta
ainda mais o problema para aqueles que admitem que ele existe. “Os médiuns de
mais altos merecimentos não estão isentos das mistificações dos espíritos
mentirosos. Em primeiro lugar, porque nenhum médium é suficientemente perfeito
para não apresentar ponto vulnerável que pode dar acesso aos maus espíritos” (6).
Espíritos
levianos
O
problema fica mais grave ainda quando as seguintes palavras de Kardec são
levadas em consideração: “Esses espíritos levianos pululam ao nosso redor, e
aproveitam todas as ocasiões para se imiscuírem nas comunicações; a verdade é a
menor de suas preocupações, eis porque eles sentem um prazer maligno em
mistificar aqueles que têm fraqueza, e algumas vezes a presunção de acreditar
neles, sem discussão” (7)(grifo nosso).
Apreciemos
mais um problema levantado por Kardec: “Um fato que a observação demonstrou e
os próprios espíritos confirmam é o de que os espíritos inferiores com
freqüência usurpam nomes conhecidos e respeitados. Quem pode, assim, garantir
que os que dizem ter sido, por exemplo, Sócrates, Júlio César, Carlos Magno,
Fenelon, Napoleão, Washington etc., tenham de fato animado essas personalidades?
Tal dúvida existe até entre alguns fervorosos adeptos da doutrina espírita, os
quais admitem a intervenção e a manifestação dos espíritos, porém indagam como
pode ser comprovada sua identidade” (8)(grifo nosso).
As
aparências enganam
De
fato, os espíritos que se manifestam nas sessões espíritas se apresentam sob a
aparência de espíritos puros, iluminados, “com linguagem digna, nobre,
repassada da mais alta moralidade” e para enganar, como admite o próprio
Kardec:
“É
extremamente fácil diferenciar os bons dos maus espíritos. Os espíritos
superiores usam com freqüência linguagem digna, nobre, repassada da mais alta
moralidade, isenta de qualquer paixão inferior, a mais pura sabedoria
transparece dos seus conselhos, que visam sempre o nosso aperfeiçoamento e o
bem da humanidade. Há falsários no mundo dos espíritos como neste; não é,
portanto, senão uma presunção de identidade que só adquire valor pelas
circunstâncias que a acompanharam... Para aqueles que ousam perjurar em nome de
Deus, falsificar uma assinatura, um sinal material qualquer não pode
oferecer-lhe obstáculo maior. A melhor de todas as provas de identidade está na
linguagem e nas circunstâncias fortuitas” (9)(grifo nosso).
Repete
Allan Kardec:
“Pode-se
colocar como regra invariável e sem exceções que a linguagem dos espíritos é
sempre proporcional ao grau de sua elevação” (10).
Kardec
se torna tão específico que chega a admitir que se um espírito pode “falsificar
uma assinatura” pode chegar ao extremo de imitar as próprias expressões de Jesus.
“Dir-se-á, sem dúvida, que se um espírito pode imitar uma assinatura, ele pode
igualmente imitar também a linguagem. Isto é verdadeiro, temos visto os que
assumiram afrontosamente o nome do Cristo e, para melhor enganarem, simulavam o
estilo evangélico e prodigalizavam a torto e a direito estas palavras bem
conhecidas: ‘Em verdade, em verdade, eu vos digo...’. Quantos médiuns tiveram
comunicações apócrifas assinadas por Jesus, Maria ou um santo venerado”
(11)(grifo nosso).
O
cristão e o estado intermediário
Nós
evangélicos cremos que a alma sobrevive e permanece em estado inteligente e
consciente no intervalo entre a morte e a ressurreição do corpo. Entendemos que
a alma é uma entidade consciente e inteligente que habita no corpo e que se
separa do corpo por ocasião da morte física: “E, havendo aberto o quinto selo,
vi debaixo do altar as almas dos que foram mortos por amor da palavra de Deus e
por amor do testemunho que deram. E clamavam com grande voz, dizendo: Até
quando, ó verdadeiro e santo Soberano, não julgas e vingas o nosso sangue dos
que habitam sobre a terra? E foram dadas a cada um compridas vestes brancas, e
foi-lhes dito que repousassem ainda um pouco de tempo, até que também se
completasse o número de seus conservos e seus irmãos, que haviam de ser mortos,
como eles foram” (Ap 6.9-11, ver também Lc 12.4-5 – grifo nosso).
Algumas
vezes, as palavras alma e espírito são empregadas como sinônimas para falar da
parte imaterial do homem que sobrevive à morte da matéria, o corpo. Quando isso
acontece, os termos alma e corpo têm o mesmo sentido. Alguns exemplos bíblicos:
“E
o pó volte à terra, como o era, e o espírito volte a Deus, que o deu” (Ec
12.7).
“E
apedrejaram a Estêvão, que em invocação dizia: Senhor Jesus, recebe o meu
espírito” (At 7.59).
Os
textos de Eclesiastes 12.7 e Atos 7.59 falam da sobrevivência do espírito enquanto
que Apocalipse 6.9-11 e Lucas 12.4-5 abordam a sobrevivência da alma como a
parte imaterial do homem que sobrevive à morte do corpo, com consciência e
inteligência - o “eu” do ser humano. “Pois qual dos homens sabe as coisas do
homem, senão o espírito do homem, que nele está?” (1Co 2.11). Depois da morte
física o cristão vai estar com Cristo no céu.
“Por
isso estamos sempre de bom ânimo, sabendo que, enquanto estamos no corpo,
vivemos ausentes do Senhor. Mas temos confiança e desejamos antes deixar este
corpo, para habitar com o Senhor” (2Co 5.6-8).
“Porque
para mim o viver é Cristo, e o morrer é ganho. Mas, se o viver na carne me der
fruto da minha obra, não sei então o que deva escolher. Mas de ambos os lados
estou em aperto, tendo desejo de partir, e estar com Cristo, porque isto é
ainda muito melhor” (Fp 1.21-23).
O
estado intermediário do incrédulo
O
incrédulo vai para o Seol-Hades (inferno), e lá permanece em estado consciente
de tormento. Hades indica o lugar da alma no intervalo entre a morte do corpo e
a ressurreição do corpo, e aparece dez vezes no Novo Testamento.
“E
morreu também o rico e foi sepultado. E no inferno (Hades), ergueu os olhos,
estando em tormentos, e viu ao longe Abraão e Lázaro no seu seio. E, clamando,
disse: Pai Abraão, tem misericórdia de mim, e manda a Lázaro que molhe na água
a ponta do seu dedo e me refresque a língua, porque estou atormentado nesta
chama. Disse, porém, Abraão: Filho, lembra-te de que recebeste os teus bens em
tua vida, e Lázaro somente males; e agora este é consolado e tu atormentado”
(Lc 16.22-25).
Seol-Hades
indica o lugar da alma, enquanto o corpo vai para a sepultura (em hebraico,
kever, kevurah e, em grego, taphos, mnema e mnemeion). Geena indica o lugar do
corpo e da alma depois da ressurreição do Juízo final.
“E,
se a tua mão te escandalizar, corta-a; melhor é para ti entrares na vida
aleijado do que, tendo duas mãos, ires para o inferno, [geena] para o fogo que
nunca se apaga, onde o seu bicho não morre e o fogo nunca se apaga” (Mc 9.43).
“Assim,
sabe o Senhor livrar da tentação os piedosos, e reservar os injustos para o dia
do juízo, para serem castigados” (2Pe 2.9).
Espíritos
malignos
Se
os espíritos dos cristãos evangélicos vão para o céu (2Co 5.6-8) e os espíritos
dos incrédulos, para o Seol-Hades (inferno), e lá permanecem sem poder sair (Lc
16.24-28), só há uma alternativa para o que acontece nas sessões espíritas: a
presença dos espíritos malignos! Os espíritas não acreditam em demônios, mas
isso não significa que eles não existem.
“Há
demônios, no sentido que se dá a essa palavra? Se houvesse demônios, seriam
obras de Deus. E Deus seria justo e bom, criando seres infelizes, eternamente
votados ao mal?"(12).
Nomes
e características de Satanás
O
diabo existe! Também existem os demônios que cumprem suas ordens. A Bíblia
mostra a existência e trabalho deles.
Diabo
- significa sedutor, acusador dos irmãos: “E foi precipitado o grande dragão, a
antiga serpente, chamada diabo e Satanás, que engana a todo o mundo; ele foi
precipitado na terra, e os seus anjos foram lançados com ele” (Ap 12.9).
Satanás
- indica que o diabo é inimigo, o grande adversário de Deus e dos filhos de
Deus:
“Sede
sóbrios; vigiai; porque o diabo, vosso adversário, anda em derredor, bramando
como leão, buscando a quem possa tragar” (1Pe 5.8).
Príncipe
deste mundo - Satanás governa os homens e os governos humanos: “Em que noutro
tempo andastes segundo o curso deste mundo, segundo o príncipe das potestades
do ar, do espírito que agora opera nos filhos da desobediência” (Ef 2.2).
Pai
da mentira - a mentira é uma de suas táticas. Não é apenas o mentiroso, mas o
pai da mentira: “Vós pertenceis ao vosso pai, o diabo, e quereis executar o
desejo dele. Ele foi homicida desde o princípio, e não se firmou na verdade,
pois não há verdade nele. Quando ele profere mentira, fala do que lhe é
próprio, pois é mentiroso e pai da mentira” (Jo 8.44).
Anjo
de luz - ele se disfarça em anjo de luz por meio de seus ministros: “E não é
maravilha, porque o próprio Satanás se transfigura em anjo de luz. Não é muito,
pois, que os seus ministros se transfigurem em ministros da justiça; o fim dos
quais será conforme as suas obras” (2Co 11.14-15).
A
Bíblia proíbe evocação aos mortos
A
Bíblia é o livro, dentre outros, que nos dá a história do espiritismo. Em Êxodo
ela mostra que os antigos egípcios foram praticantes de fenômenos espíritas,
quando os magos foram chamados por Faraó para repetir os milagres operados por
Moisés. Quando Moisés apareceu diante desse monarca com a divina incumbência de
tirar o povo de Israel da escravidão egípcia, os magos repetiram alguns dos
milagres de Moisés (Êx 7.10-12, 8.18).
Mais
tarde, já nas portas de Canaã, Deus advertiu o povo de Israel contra os perigos
do ocultismo. A mediunidade, por exemplo, era uma prática abominável aos seus
olhos (Dt 18.9-12). O castigo para quem desobedecesse aos mandamentos de Deus
nesse particular era a morte:
“Qualquer
homem ou mulher que invocar os espíritos dos mortos ou praticar feitiçarias
deverá ser morto a pedradas. Essa pessoa será responsável pela sua própria
morte” (Lv 20.27, ver também Êx 22.18).
A
Bíblia também indica que as pessoas com ligações com espíritos familiares e
feiticeiras são amaldiçoadas por Deus:
“Não
procurem a ajuda dos que invocam os espíritos dos mortos e dos que adivinham o
futuro. Isso é pecado e fará que vocês fiquem impuros” (Lv 19.31).
“Se
alguém procurar a ajuda dos que invocam os espíritos dos mortos e dos que
adivinham o futuro, eu ficarei contra essa pessoa por causa desse pecado e a
expulsarei do meio do povo” (Lv 20.6).
O
rei Saul, antes da sua apostasia, quando ainda estava na direção de Deus, baniu
os praticantes de várias modalidades do espiritismo (lSm 28.3-9). Mais tarde, o
reto rei Josias agiu da mesma forma (2Rs 23.24-25). O profeta Isaías também se
dirigiu aos antigos espíritas que vaticinavam para o povo de Israel dizendo-lhes
que essa prática era inútil e detestável aos olhos de Deus:
“Algumas
pessoas vão pedir que vocês consultem os adivinhos e os médiuns, que cochicham
e falam baixinho. Essas pessoas dirão: Precisamos receber mensagens dos
espíritos, precisamos consultar os mortos em favor dos vivos! Mas vocês
respondam assim: ‘O que devemos fazer é consultar a Lei e os ensinamentos de
Deus. O que os médiuns dizem não tem nenhum valor” (Is 8.19-20).
Jesus,
a solução!
Caro
leitor, muitos motivos e intenções têm levado as pessoas a se enveredar pelos
caminhos da mediunidade. Quase sempre esse rumo é tomado pela obsessão da
saudade de alguém que partiu deste mundo. Sabemos que é indescritível a dor
causada pela perda de um ente querido e, de fato, a separação abrupta das pessoas
que amamos resiste ao conformismo da situação, mas não existe solução para esta
adversidade no espiritismo.
Jesus
é e tem a solução! Cristo venceu a morte e, por isso, pôde declarar: “Eu sou a
ressurreição e a vida, quem crê em mim, ainda que esteja morto, viverá” (Jo
11.25).
Para
seus seguidores, a morte não é nada mais do que tirar uma linda flor do deserto
e plantá-la no jardim do paraíso. Pense nisso e considere, ainda, que, além da
explícita reprovação bíblica, o próprio mentor do espiritismo, Allan Kardec,
demonstrou a impossibilidade de confiar que os espíritos, que se manifestam nas
sessões espíritas, sejam fulano ou beltrano.
Não
se deixe enganar pela emoção! Não se deixe guiar pelos seus próprios caminhos!
A advertência bíblica é bem oportuna: “Há um caminho que ao homem parece
direito, mas o fim dele sãos os caminhos da morte” (Pv 14.12).
Comentários: Pr. w.S.N.
Texto Extraído do site www.icp.com.br
autor: natanael rinaldi