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terça-feira, 26 de abril de 2011

Depois da Páscoa há um Caminho no Deserto



Páscoa é sinônimo de festa, confraternização e reunião para troca de presentes, pois bem, realmente essa data é motivo desde a sua origem para comemorações festivas, no entanto, festa é sempre assim, muita alegria, mas o depois assusta.
Com a páscoa não é diferente, hoje troca-se presentes e amanhã todos voltam às suas realidades e a vida após a festa continua igual para todo mundo, que por sua vez, a realidade não é fácil para ninguém.
O mais engraçado é que desde a origem da páscoa essa realidade também pode ser observada, então, convido vocês a uma espécie de viagem ao passado...
No livro de Êxodo capítulos 12 e 13, além de Deuteronômio 1 e 2 contam a história da páscoa em sua origem.
O povo de Israel formado pelos descendentes de Abraão, Isaque e Jacó que teve seu nome mudado para Israel, estiveram cativos no Egito por 4 séculos e Deus havia lhes prometido uma terra onde eles desfrutariam das provisões divinas e da prosperidade do trabalho de suas mãos.
No entanto, até o momento que antecedeu a páscoa eles estavam cativos em terra estrangeira, mas Deus deu-lhes uma ordem, e a ordem foi para que celebrassem a páscoa com um cordeiro, com ervas amargas e com pães sem fermento, além de terem que passar o sangue do cordeiro nas portas de suas casas como um sinal de obediência a ordem divina.
Deus realizou justiça em nome do povo de Israel e nas casas onde havia essa marca os primogênitos foram poupados da morte, mas em todo Egito houve a dor da morte.
Deus então, com este feito, concedeu liberdade ao povo de Israel, mas foi a partir de então, que a realidade começou para esse povo.
Depois da festa escaparam do Egito e tiveram que se acostumar com o deserto, porém todos sabem que deserto não é lugar de luxo, nem de riquezas, entretanto, deserto é lugar de aridez e provação.
A vontade de Deus é perfeita, vejamos o propósito maravilhoso de Deus com estes fatos:
Deus precisava tirar o povo do Egito, mas precisava tirar o Egito de dentro do coração daquele povo.
Israel era escravo no Egito, mas dependia do Egito para tudo, dependia do Egito para comer, beber e tinha uma certa segurança promovida pelo exército de Faraó, com isso, Deus precisava desvincular a dependência de Israel totalmente do Egito e o meio usado foi o deserto.
No deserto o povo de Israel foi sustentado unicamente pela provisão divina, Deus os alimentou com maná, fez sair água de rocha, abriu o mar para o povo passar, durante o dia uma nuvem os cobria protegendo-os do sol, a noite uma coluna de fogo os protegia do frio, suas roupas e calçados não se gastaram, ou seja, o deserto foi e sempre será o lugar onde Deus mais manifesta o seu amor e seus milagres.
Apesar disso, jamais devemos nos esquecer que deserto é deserto, a liberdade tem um preço e o preço é o deserto, tudo o que Deus precisou realizar no coração daquele povo, o caminho foi o deserto.
Vemos com isso, que a celebração da páscoa em sua totalidade tem quatro degraus, são eles:
1º A liberdade ou a libertação não foi garantida por forças humanas, mas foi garantida por Deus;
2º Depois da páscoa é necessário mudar o caminho, converter de direção, assim como aconteceu com o povo, eles não puderam ficar no Egito, mas tiveram que sair rumo a uma nova terra;
3º No deserto é necessário ter fé;
4º Por último, essa fé aliada a fidelidade a Deus deve ser até o fim, pois todos quantos saíram do Egito e não permaneceram fiéis a Deus até o fim morreram no deserto.
Voltando a um passado mais recente, vemos em Cristo a figura do Cordeiro de Deus que tirou o pecado do mundo, quem tem a marca do sangue de Cristo em seus corações podem celebrar a páscoa, ou seja, Deus nos garantiu em Cristo a libertação, a passagem da escravidão rumo a uma nova terra e essa terra é o céu onde habita o Senhor dos senhores.
Essa notícia de páscoa é muito boa, mas não podemos nos esquecer do deserto, os degraus que acima acabei de expor estão diante de nós, podemos com isso escolher, iremos nos submeter a essa vontade divina ou então retornaremos a escravidão.
Com os discípulos de Cristo não foi diferente, a maioria deles por amor a Deus entregaram suas vidas, esse foi um grande deserto para eles, outros tantos anônimos foram fiéis a Deus neste deserto da vida até a morte, porém não negaram a Cristo nem com a sedução do pecado e muito menos com as ameaças de morte.
Quero deixar claro com isso que evangelho é novidade de vida, é liberdade sim e glórias a Deus por isso, mas ao contrário do que muitos pensam, o maior objetivo na vida não é ser rico, próspero, ter sucesso, fama etc, na verdade, o maior objetivo na vida deve ser a escolha por uma comunhão com Cristo, independente do deserto que teremos que passar.
Deus disse uma palavra por intermédio do profeta Oséias no capítulo 2.14 do seu livro, e disse: “Portanto eu a atrairei e a levarei para o deserto, mas ali falarei ao seu coração”
Quero terminar essa mensagem com três pequenas perguntas para reflexão e uma conclusão:
Quanto tempo mais, Deus vai precisar te deixar no deserto para tirar a escravidão do seu coração?
Caso esse deserto seja uma prova de amor a Deus, você será capaz de resistir até o fim?
O evangelho da páscoa que andam pregando ultimamente lhes tem avisado desse possível deserto?
Concluo dizendo, independente da fase da história que você está vivendo, seja na escravidão, ou no deserto, Deus quer ser o seu cordeiro de páscoa, seu amigo e provedor no deserto, portanto, entregue seu caminho ao Senhor, confie nele e o mais Ele fará!
Deus abençoe a todos em Cristo Jesus o nosso Cordeiro de páscoa que foi morto, mas ao terceiro dia ressuscitou, a Ele seja a honra e a glória para todo sempre, amém.